As recentes vagas de imigração em Portugal têm desafiado tanto as políticas de acolhimento dos imigrantes como as próprias noções de identidade, de diferença e alteridade. Desafiam igualmente saberes e poderes instituídos, como é o caso do saber médico confrontado com uma população crescentemente diversificada, utente dos serviços nacionais de saúde.
A experiência da aflição e da doença entre os migrantes reveste-se de uma complexidade técnica, histórica e antropológica, que exige uma resposta pluridisciplinar. Assim, o presente volume oferece um conjunto de textos da área da antropologia, da etnopsiquiatria crítica e da psiquiatria cultural, com vista a proporcionar uma abordagem informada, simultaneamente teórica e prática, dos novos contextos terapêuticos interculturais.
Os vários contributos aqui reunidos oferecem uma visão rica e estimulante, útil para pensar de forma criativa o encontro entre migrantes e prestadores de cuidados de saúde no nosso país.
