“É capaz de cuidar de algo que não vê?” é a pergunta que abre o mais recente post do Blogue SHIFT da autoria de João Baptista (ICS-ULisboa), que nos convida a mergulhar numa reflexão sobre a omnipresença, e nos desafia a repensar a forma de fazer ciência n’”A Era das Omnipresenças“.
“Pense nisto: a que distância está das alterações climáticas? Estão perto? Longe? Consegue tocar-lhes? Afastar-se delas? Onde é que o Antropoceno não está presente? E os microplásticos? Consegue evitá-los? […] as omnipresenças são difíceis de entender através da linguagem moderna e secular das ciências exatas. Para que as omnipresenças da crise planetária “toquem” nas pessoas não basta comunicá-las através de gráficos, mapas ou estatísticas.”
João Afonso Baptista é antropólogo interdisciplinar no ICS-ULisboa. Trabalha contra o pensamento binário contemporâneo, nomeadamente contra as divisões Norte-Sul, morte-vida, terra-mar, secularismo-religião. Publicou recentemente o livro The Good Holiday e os artigos Bodyland, Edible Zombis (com Mónica Truninger), Fieldwork in Silence e Eco(il)logical Knowledge. Atualmente desenvolve o projeto: www.portugal-is-sea.org.