“Já parou para pensar de onde vem esse café que você tomou hoje de manhã?”. No artigo “Participação na cadeia de valor do café: Uma investigação antropológica para apontar as assimetrias de poder” publicado hoje no Blogue SHIFT, Marie Sigrist (ETH Zürich) convida-nos a saber mais acerca dos produtores, agricultores e outros intervenientes na cadeia de valor do café, discutindo as suas dimensões ambientais, sociais e económicas.
As “cadeias de valor agroalimentar globais, tal como a do café, estão sujeitas a problemáticas cruciais. De um lado, são responsáveis por impactos ecológicos altamente negativos, impulsionando a ultrapassagem dos limites planetários e causando perda de biodiversidade, através de desmatamento, erosão do solo e poluição da água. Tais impactos também afetam os próprios atores da cadeia do café. […] De outro lado, relações assimétricas de poder ocorrem dentro das cadeias de valor agroalimentares globais. Elas se traduzem em pressões entre os atores envolvidos para usar a terra e acessar o mercado global e pela exclusão dos principais atores dos processos de tomada de decisão. “
Marie Sigrist é doutora em antropologia social (Université de Tours). Investigadora do grupo AgroEcological Transitions (ETH Zürich), ela está atualmente em visita acadêmica no ICS (Universidade de Lisboa). Trabalha sobre a organização da cadeia de valor do café com foco sócio-antropológico. Também possui experiência em projetos sobre o deslocamento em áreas rurais na França e sobre o vínculo entre migrações e alimentação entre França e Brasil.