A heterogeneidade de códigos socioculturais se baseia em uma multiplicidade de práticas que implicam em noções difusas e circunstanciais de certo e errado, justo e injusto, dentre outras. Os regimes morais se apresentam tão fluídos quanto desregulamentadas ou flexibilizadas estejam as sociedades? Seria possível pensar que hierarquizações de prioridade entre regimes morais distintos tornam-se fontes de conflitos de poder que apontam para uma crise de modelos de integração no plano empírico e também no plano das elaborações de modelos teóricos? Em um contexto, onde as insatisfações são afirmadas e os conflitos difundidos, demandas por “reconhecimento” e “consideração” ganham visibilidade. Categorias como “respeito” passam a ser fortemente evocadas, sofrendo um alargamento polifônico. Neste sentido, as problematizações da sociologia das violências e dos conflitos sociais buscam colocar em diálogo suas perspectivas teóricas e metodológicas com aqueles estudos desenvolvidos sob a condução de uma sociologia e antropologia da moral. De certo modo, as expressões simbólicas dos diversos regimes morais estão inseridas em agenciamentos de poder que tornam mais complexas as análises sobre as fronteiras “mágicas” entre o que se espera socialmente que seja a moralidade nas relações sociais.