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Ambiente e Sustentabilidade em Tempo de Crise

2017

No contexto de crise socioeconómica que se atravessava em Portugal aquando da aplicação do inquérito do ISSP (Ambiente III) em 2012, o confronto de valores tendeu a agudizar-se: as políticas de austeridade criaram problemas sociais crescentes (mais desemprego, mais exclusão social…) e, simultaneamente, aligeiram-se ou descuram-se políticas e programas de proteção ambiental. De acordo com os resultados que aqui se apresentam, isto terá levado a que os cidadãos tenham sido postos perante escolhas difíceis, assistindo-se, neste contexto, a um alargar da permissividade em relação aos efeitos perniciosos da economia e do desejado crescimento económico no ambiente. Assim, tendo por base a ideia holística de sustentabilidade que faz confluir qualidade ambiental e qualidade social, procuraremos dar conta dos efeitos da crise, começando por uma primeira parte que procura traçar um quadro geral da perceção sobre os problemas ambientais, tanto num prisma mais pessoal (nível da família), como mais alargado (nível nacional), a que se segue uma abordagem relativa às práticas ambientais no quotidiano e às disposições para atuar ou mudar em prol do ambiente, assim como em relação ao quadro de preocupações sociais e ambientais presentes na sociedade portuguesa. Num segundo momento, e tendo os efeitos da crise como contexto de análise, o texto focar-se-á na área de interseção entre economia e ambiente, realçando, particularmente, as condições de articulação e integração das duas áreas