As Organizações de defesa do Ambiente (ONGA) têm tido um papel importantíssimo na criação de sentimentos de cidadania que se repercutem para fora do exclusivo tema ambiental. Daí a fertilidade que uma comparação entre os dois universos — população portuguesa / dirigentes, quadros técnicos e activistas do movimento ambientalista — pode ter na avaliação do processo de percepção e consciencialização ambiental na sociedade portuguesa, permitindo ao mesmo tempo, a análise da diversidade de sensibilidades existente entre as três maiores ONGA de âmbito nacional e, por via delas e dos seus membros mais activos, do activismo ambiental em geral. Não é objectivo deste projecto, no entanto, uma análise exaustiva destas organizações, muito menos se trata de um estudo sobre as mesmas ou sobre o movimento ambientalista em geral. Interessa-nos, tão só, perceber o processo de mudança paradigmática entre os dirigentes, quadros e membros mais activos do movimento ambientalista, suas representações e percepções do ambiente e de que forma e em que grau se distanciam da população em geral, pressupondo como já foi dito, que se trata de um grupo que se posiciona na vanguarda de novos comportamentos e atitudes ambientais, rumo a uma sociedade mais equilibrada e sustentável.