O presente relatório dá conta dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do “INSEGALM Estudo de caracterização da pobreza e insegurança alimentar nas famílias portuguesas com crianças em idade escolar”, desenvolvido no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa sob coordenação da Doutora Mónica Truninger. O estudo foi financiado pelo Programa Operacional de Assistência Técnica do Fundo Social Europeu e decorreu
entre Novembro de 2013 e Março de 2015.
Procurámos, com este projeto, explorar situações de pobreza e insegurança alimentar das famílias portuguesas com crianças em idade escolar, reconhecendo que, desde o espoletar da crise económica global, em 2008, as condições de vida das famílias portuguesas têm vindo a deteriorar-se, registando-se uma diminuição no seu consumo privado, em particular um decréscimo no peso relativo da despesa com alimentação. Pareceu-nos relevante traçar um diagnóstico destas condições e examinar como a alimentação das crianças e das suas famílias está a ser afetada pelos atuais constrangimentos socioeconómicos (por exemplo, as suas estratégias para fazer face à transformação das suas condições de vida). Utilizámos uma metodologia mista, nomeadamente uma análise secundária de indicadores nacionais e europeus sobre pobreza alimentar; um questionário aplicado junto de uma amostra representativa nacional de famílias com crianças e; entrevistas a um conjunto de famílias carenciadas, com vista ao aprofundamento do conhecimento dos constrangimentos que enfrentam e das soluções que encontram para os ultrapassar. No final do estudo foram realizadas seis sessões de divulgação (2 em Lisboa, 1 em Vila Nova de Gaia, 1 em Évora, 1 em Cantanhede e 1 em Faro) onde foram apresentados os resultados do estudo; estas sessões potenciaram uma partilha de experiências bastante produtiva no sentido que nos permitiu conhecer, apartir dos relatos dos intervenientes locais, a realidade quotidiana do apoio alimentar às familias carênciadas. Em
Janeiro de 2015 recebemos um convite da Câmara Municipal de Évora para divulgar o estudo numa sessão
organizada pelo município designada de ‘Fórum Social’, com a participação de cerca de 70 pessoas.
Pretendemos assim contribuir para o desenvolvimento de processos de diagnóstico e monitorização da situação de segurança alimentar das famílias portuguesas, avançando resultados que orientem a intervenção política e institucional na promoção da segurança alimentar, em particular no que concerne às famílias com crianças, um dos grupos mais vulneráveis aos riscos da pobreza.
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