O agudizar dos sinais de degradação das condições ambientais tornou-se evidente nas últimas décadas, mas se cabe à humanidade decidir como usar os recursos disponíveis, tal liberdade surge progressiva e inextricavelmente cerceada pela complexidade ecológica e pela ética da responsabilidade que, à medida que os novos valores ecológicos vingaram, parece ter-se instalado. Assim, é numa perspetiva que postula maior eficácia na ação, maior capacidade de monitorização e maior integração das várias dimensões do desenvolvimento sustentável que emergiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e decorreu a COP 21 de que resultou o Acordo de Paris. Importa, ainda assim, perguntar, a partir de uma análise crítica dos dois eventos, se as flagrantes e crescentes desigualdades socioeconómicas, que se repercutem nos vários níveis de governança, não impedirão o progresso desta estratégia de generalização de objetivos. Procurando responder a esta questão, teremos em conta que, se nos últimos anos uma sensação de desesperança e fatalismo parece ter impregnado a vida moderna, não deixa de ser igualmente verdade que a consolidação da ideia de desenvolvimento sustentável global e, agora, a monitorização admitida podem potenciar a mudança ambicionada.