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Webinar GiATS & GiLIFE | Agricultura Urbana na cidade de Lisboa: dinâmicas relacionais, mobilização popular e novas iniciativas

No próximo dia 13 de abril, às 11h horas, o grupo de investigação LIFE-Percursos de Vida, Desigualdade e Solidariedade (Gi LIFE) e o grupo de investigação ATS-Ambiente, Território e Sociedade (GiATS), organizam, em conjunto, um Webinar que contará com a participação de Laura Martins de Carvalho.
A Laura foi doutoranda visitante do ICS-ULisboa entre Agosto de 2018 e Janeiro de 2019, tendo recentemente defendido o seu doutoramento em Saúde Global e Sustentabilidade pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
A sua apresentação intitula-se “Agricultura Urbana na cidade de Lisboa: dinâmicas relacionais, mobilização popular e novas iniciativas”, e irá apresentar e discutir parte dos resultados da sua tese de doutoramento, um estudo comparativo que realizou das agriculturas urbanas nas cidades de São Paulo e Lisboa.

 

O Webinar será aberto ao público, podendo ser acedido com os seguintes dados do Zoom:

Endereço da Sessão Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85787366834?pwd=M01wcDBNM1B0T1g0czVocVlyOUw4UT09
Password: 077301

Resumo : A apresentação mostra os potenciais, os desafios e as limitações da Agricultura Urbana engendrada pelo poder público, por agricultores de bairros sociais e pelas novas iniciativas propostas pela juventude. O modelo de prática de Agricultura Urbana proposta pela Câmara Municipal de Lisboa é marcado por uma relação “top-down” de ação que não contempla as características socioculturais de utentes de origem étnica diferente da europeia, revelando grande dificuldade em integrar essas diferenças. Além disso, não existe proposta de contemplação ou resgate dos saberes dos agricultores – tanto os de origem portuguesa quanto os de outros países. Nessa direção, a relação entre CML e agricultores tende a ser unilateral, onde não há dinâmicas de fato participativas. No entanto, na horta do Bairro Padre Cruz, a mobilização popular, junto à Junta de Freguesia de Carnide, foi fundamental para a permanência e instalação do Parque Hortícola no local, indicando enorme potencial de participação popular em torno da agricultura urbana. No momento não há projetos de feiras, de geração de renda nem de empreendedorismo social relacionados ao perfil dos participantes na AU em bairros sociais, que são, em sua maioria, homens de baixa renda e/ou reformados. Uma outra faceta da AUP vem surgindo nos últimos anos em Lisboa – o da juventude – que foge dos modelos propostos pela CML e revela uma multiplicidade de novas iniciativas, em profusão de práticas para o uso da terra, de propostas inéditas para a agricultura urbana, em dinâmicas horizontais e participativas, em formas de sociabilidade e ação social da juventude – que também não são contempladas pela CML.

Palavras-chave: Bairros sociais de Lisboa; agricultura urbana; iniciativas socioambientais; juventude na agricultura urbana; mobilização popular.

 

Laura Martins de Carvalho é socióloga, professora e ambientalista. Doutora em Saúde Global e Sustentabilidade pela Faculdade de Saúde Pública da USP, Assistente de Pesquisa no Centro de Administração Pública e Governo / FGV-SP e membro do Laboratório de Pesquisas sobre Ação Pública para o Desenvolvimento Democrático – LAP2D. Investigou os potenciais, os desafios e as limitações das dinâmicas instauradas entre os múltiplos agentes que produzem a agricultura urbana nas periferias da cidade de São Paulo e em bairros sociais de Lisboa.