Na sequência dos dois grandes Episódios de Conflito Ambiental foi escolhida a Península de Tróia como último momento deste conjunto de projectos.
No processo de escolha estiveram envolvidos os critérios gerais estabelecidos para a totalidade destes episódios, assim como alguns critérios específicos estabelecidos para este último episódio, fazendo face igualmente às limitações temporais do próprio Programa OBSERVA. Como critérios específicos foram estabelecidos dois agrupamentos. No primeiro deles, o da localização geográfica, procurou-se retirar o campo de investigação da área de proximidade do OBSERVA e, preferencialmente, localizá-lo numa região ainda não levada a análise. Enquanto isso, o segundo dos critérios diz respeito à necessidade de se proceder a um alargamento das problemáticas até aqui levadas à discussão. A aceitabilidade da opção Península de Tróia para a análise funda-se a partir do respeito por todos esses parâmetros. Pelo distanciamento geográfico, embora seja relativo dada a proximidade de Tróia da
Área Metropolitana de Lisboa, e pela possibilidade que confere em abordar matérias tão diversas como a ameaça do equilíbrio da riqueza ambiental da Península, por via directa, a da sua degradação e por via indirecta, a da incorrecta adopção de modelos urbanísticos que visem unicamente optimizar a exploração turística de Tróia. Em simultâneo, a escolha efectuada pretende dar expressão a um dos Episódios analisado – o Episódio da Ponte Vasco da Gama -, dada a pertinência do factor acessibilidades no desenvolvimento turístico da Península de Tróia.
Num relatório condicionado pelo tempo e centrado em temáticas específicas, torna-se necessário encurtar os limites da sua intervenção, nomeadamente no que se refere à importância da Península de Tróia e da própria Torralta ao longo das últimas décadas. Por isso mesmo, ainda que seja efectuada uma curta descrição da situação de referência, a análise centra-se em redor da possível visibilidade dos projectos previstos para a Península de Tróia. Assim, com o problema da recuperação da Torralta por agora resolvido, são os momentos seguintes a merecer toda a atenção.
Entre esses momentos, estabelecendo o paralelismo entre os projectos previstos por cada um dos promotores, foi feita a análise do Plano de Urbanização de Tróia elaborado pela Câmara Municipal de Grândola. O surgimento deste Plano e o respectivo Inquérito Público servem para balizar esta pesquisa, será somente até à fase final do Inquérito Público que ela decorrerá, deixando em aberto a aprovação do Plano pela Assembleia Municipal de Grândola e o aguardar a aprovação do Governo.
Num outro domínio, dada a amplitude da questão de Tróia a análise vai incidir prioritariamente sobre os aspectos marcantes do ponto de vista urbanístico e de preservação do património natural e construído, assim como sobre as lógicas subjacentes à salvaguarda e valorização desse mesmo património. Procurando dar ênfase às situações potencialmente mais conflituantes, como sejam, a Reserva Ecológica Nacional, a Reserva Natural do Estuário do Sado, as Ruínas Romanas, a mudança do cais de atracagem de veículos e o novo porto de recreio.
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