Desenvolvimento Sustentável. Desenvolvimento Limpo. Continuar a crescer sem extinguir as bases da sobrevivência
humana no planeta e sem retirar aos países mais pobres a possibilidade de terem uma vida melhor, tanto mais que pouco contribuíram para a crise ambiental global.
Esta parece ser uma ideia bastante promissora! Mas até que ponto é que o «Desenvolvimento Limpo» ― mecanismo do Protocolo de Quioto que pretende favorecer os menos desenvolvidos e os poluidores ao mesmo tempo ― faz realmente o que apregoa? Faz crescer os mercados, ajuda os mais pobres e salva o planeta, em simultâneo? Focado no caso português e na sua estratégia de cooperação internacional, dando destaque à cooperação com os PALOP, este livro surge no rescaldo da Cimeira de Copenhaga e ajuda a reflectir sobre o que devemos mudar para reciclar Quioto, a começar pelo «Desenvolvimento Limpo».
O combate às alterações climáticas tem de ser conciliado com o crescimento económico, porque a comunidade internacional não aceitaria outra perspectiva. Neste contexto, qual o lugar dos mais pobres, aqueles que continuam a aspirar a uma vida melhor, com maior consumo de recursos e naturalmente mais emissões de carbono? Por que razão África, o continente mais carenciado, continua quase ausente dos projectos de Desenvolvimento Limpo? Partindo do exemplo de Portugal e das políticas de cooperação com os PALOP, este livro procura lançar alguma luz sobre as contradições deste modelo e encontrar pistas para o futuro.